Imagine uma fábrica funcionando a todo vapor, máquinas roncando e operários trabalhando arduamente. Mas será que essa movimentação toda se traduz em real eficiência? É aí que entra o Indicador OEE (Overall Equipment Effectiveness), uma métrica poderosa para avaliar o desempenho real dos seus equipamentos e identificar oportunidades de melhoria na produção.
O OEE, sigla em inglês para Eficiência Global dos Equipamentos, é um indicador criado pelo japonês Seiichi Nakajima, pai da metodologia TPM (Manutenção Produtiva Total). Ele vai além da simples noção de “máquinas funcionando” e considera três fatores fundamentais para definir a real eficiência de um equipamento: disponibilidade, performance e qualidade.
A filosofia por trás do OEE é enxergar a eficiência como uma jornada contínua. Não basta ter máquinas funcionando; é preciso que elas funcionem pelo maior tempo possível, com a velocidade ideal e produzindo peças livres de defeitos.
O que o OEE considera como eficiência?
Para o OEE, eficiência não é apenas produzir peças. É produzir a quantidade certa de peças, com a qualidade esperada, e dentro do tempo planejado. Desperdícios como paradas para manutenção inesperadas, tempos de setup demorados e retrabalhos devido a defeitos reduzem drasticamente a eficiência real de um equipamento.
O cálculo do OEE é relativamente simples, mas leva em consideração três fatores multiplicadores que precisam ser medidos individualmente. Vamos conhecê-los:
Para calcular o OEE, basta multiplicar esses três fatores entre si e expressar o resultado em porcentagem. Suponhamos que um equipamento tenha uma disponibilidade de 80% (funcionou 8 horas de um turno de 10 horas), performance de 90% (produziu 90% da sua velocidade máxima) e qualidade de 95% (apenas 5% de peças defeituosas).
Aplicando a fórmula: OEE = Disponibilidade x Performance x Qualidade
O resultado do cálculo seria:
OEE = 0,8 x 0,9 x 0,95 = 0,684 (ou 68,4%)
Neste exemplo, o equipamento está operando a apenas 68,4% de sua eficiência total. Identificando os gargalos que estão causando baixa disponibilidade, performance e qualidade, a empresa pode tomar medidas para alcançar patamares mais próximos de 100%, o que representaria a eficiência ideal.
O OEE não é apenas um número; é uma ferramenta poderosa para direcionar ações de melhoria. Ao analisarmos detalhadamente cada fator multiplicador, podemos identificar os principais problemas que estão reduzindo a eficiência:
O OEE é aplicável a qualquer indústria que utilize máquinas e equipamentos em seu processo produtivo. Desde fábricas de automóveis e usinas siderúrgicas até indústrias alimentícias e farmacêuticas, todas podem se beneficiar da implementação do OEE.
O Indicador OEE é uma ferramenta valiosa para qualquer empresa que busque otimizar sua produção e alcançar a manufatura de excelência. Ao focar na disponibilidade, performance e qualidade dos equipamentos, as empresas podem reduzir desperdícios, aumentar a produtividade e lucratividade. O OEE não é um destino, mas um caminho contínuo de melhoria, onde a busca pela eficiência máxima se torna um norte para a indústria.
Não existe um valor único de OEE considerado ideal. Para a indústria automobilística, por exemplo, um OEE acima de 85% é considerado excelente. Já para empresas de menor porte, um OEE entre 60% e 70% pode ser um bom ponto de partida, com foco em melhorias contínuas para alcançar patamares mais elevados.
O primeiro passo é definir claramente quais equipamentos serão monitorados e selecionar métricas adequadas para medir disponibilidade, performance e qualidade. Treinar a equipe de produção na coleta de dados e implementar um sistema de registro é fundamental para garantir a precisão do cálculo do OEE.
O OEE é uma métrica importante, mas não deve ser a única considerada. Indicadores como custo por peça, lead time de produção e taxa de defeitos também fornecem informações valiosas para a gestão da produção. O ideal é utilizar um conjunto de métricas complementares para obter uma visão holística da performance industrial.
Existem diversos softwares de MES (Manufacturing Execution System) que possuem funcionalidades para cálculo automático do OEE a partir de dados coletados em tempo real. Além disso, existem aplicativos mobile e planilhas eletrônicas específicas para o cálculo do OEE.
Não necessariamente. Embora o auxílio de um consultor especialista em OEE possa ser benéfico, especialmente no início da implementação, é possível iniciar o processo internamente, com a colaboração dos times de produção e manutenção. O importante é ter comprometimento, treinamento e uma cultura data-driven.
Lembre-se: O OEE é um indicador que pode ser aplicado a qualquer indústria que utilize máquinas e equipamentos em seu processo produtivo. Ao implementar o OEE, as empresas podem alcançar uma série de benefícios, como aumento da produtividade, redução de custos, melhoria da qualidade e aumento da competitividade. O caminho para a manufatura de excelência começa com a adoção do OEE como ferramenta de gestão e a busca contínua por melhorias.
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